Economia circular é uma maneira de tratar, pensar e cuidar da fabricação, uso de bens e recursos naturais com objetivos restaurativos e regenerativos por desenho. Sua intenção é gerar produtos cujo ciclo de vida seja mais longevo e tenha menor impacto no meio ambiente e na sociedade.
Em outras palavras, trata-se de um modelo econômico que prioriza a reutilização, a reciclagem de produtos e o reaproveitamento de materiais, a fim de reduzir o consumo de recursos naturais e a produção de resíduos. O objetivo central da economia circular é criar um sistema de produção e consumo mais sustentável e menos dependente de fontes de recursos finitos, como o petróleo ou o alumínio.
Economia circular na prática
A aplicação da economia circular na prática pode incluir mudanças de processos produtivos, seleção de matérias-primas e design de produtos. Além disso, engloba o conceito dos 3 Rs: reduzir, reutilizar e reciclar.
Evidentemente, a economia circular considera outras questões relacionadas à sustentabilidade, como os impactos nas emissões atmosféricas, a destinação de efluentes e demais questões críticas que afetam as mudanças climáticas e a conservação da biodiversidade. Portando, a reutilização de materiais e recursos hídricos e o uso de matrizes energéticas alternativas fazem parte do pensamento e da aplicação da economia circular aos negócios.
Outro ponto central da economia circular é a responsabilidade compartilhada de fabricantes e distribuidores quanto aos resíduos de produtos e embalagens após o consumo.
Essa é uma das faces mais relevantes do modelo circular, exigindo investimentos ao longo de toda a cadeia produtiva e logística, para que resíduos ou produtos retornem ao sistema produtivo, prolongando seu ciclo de vida útil.
Avanço da economia circular no mundo
Em escala global, o apoio à economia circular e a percepção de oportunidades nesse modelo têm crescido cada vez mais. Nesse sentido, o Fórum Econômico Mundial desenvolveu iniciativas como a Plataforma para Acelerar a Economia Circular (PACE). Lançada em 2017, a plataforma reúne líderes dos setores público e privado para assumir compromissos e acelerar ações coletivas em direção à economia circular.
No Brasil, embora muitas empresas e negócios adotem a cultura da economia circular, ainda existe um longo percurso para manter esse pensamento que nasce na atualidade brasileira.
As indústrias de grande porte — em especial, as que integram setores que precisam aderir às ações de circularidade por força das normas em vigor — são as que mais avançaram na economia circular nos últimos anos. Entretanto, há muito espaço para que empresas de médio e pequeno porte iniciem o processo de forma voluntária, e se beneficiem do retorno econômico e social que advém das práticas de economia circular.
Economia circular e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
É possível relacionar a economia circular a alguns importantes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que se integram ao processo interno das empresas, suas culturas e cadeias de valor:
ODS 1 – Erradicação da pobreza e ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável: No pensamento circular, a cadeia de valor deve considerar a seleção de fornecedores, priorizando aqueles que fortaleçam a economia local. Dessa forma, as empresas podem reduzir os impactos ambientais e sociais e incentivar o desenvolvimento de fornecedores como cooperativa.
ODS 3 – Saúde e bem-estar e ODS 6 – Água potável e saneamento: Relacionam-se com a economia circular por meio do pilar de diminuição do impacto ambiental, inclusive na geração de efluentes e destinação de resíduos sólidos, o que promove, consequentemente, a saúde e o bem-estar.
ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico, ODS 10 – Redução das desigualdades e ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: A economia circular incentiva a seleção de fornecedores que trabalhem em um ecossistema circular, a criação de oportunidades para empresas e cooperativas locais e a formação de fornecedores que atuem dentro dessa cultura.
ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura e ODS 12 – Consumo e produção responsáveis: Trata-se do cerne do pensamento da economia circular, que divide o impacto da produção por toda a cadeia e incentiva investimentos e inovações que aumentem o ciclo de vida dos produtos.
ODS 7 – Energia limpa e acessível e ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima: A economia circular incentiva o uso de recursos naturais renováveis e matrizes energéticas alternativas de menor impacto ambiental, além de apoiar processos produtivos planejados.
ODS 14 – Vida na água e ODS 15 – Vida terrestre: A economia circular considera a diminuição do uso de recursos naturais e do impacto ao meio ambiente.
Como os selos verdes ajudam na economia circular?
Os selos verdes são certificações que indicam que um produto ou serviço é ambientalmente responsável. Existem diversos selos verdes, cada um com suas próprias normas e critérios de avaliação. Alguns exemplos incluem o Selo Verde da União Europeia, o Selo Verde do Conselho de Design Sustentável dos Estados Unidos e o Selo Verde do Conselho de Certificação Ambiental do Japão.
Os selos verdes podem ser usados para ajudar os consumidores a identificar produtos e serviços que são mais sustentáveis e a tomar decisões de compra mais conscientes. Além disso, incentivam as empresas a adotar práticas mais sustentáveis e a investir em inovações ambientais. Assim, o selo verde agrega mais valor ao negócio e contribui para que as organizações alcancem regularidade e excelência em sua gestão.
Ambipar Certification
A Ambipar Certification, que integra a Ambipar ESG, é uma certificadora independente com governança e procedimentos avaliados, acreditada pelo Inmetro, que concede o Selo Verde para empresas engajadas em sustentabilidade.
A certificação qualifica quanto às práticas de aterro zero e economia circular das empresas auditadas, ratificando sua excelência e comprometimento com o meio ambiente e a sustentabilidade.