No relatório de riscos globais de 2025 do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), dois riscos geopolíticos foram apontados entre os 10 maiores riscos nos próximos dois anos: conflito armado entre Estados e confrontação geoeconômica.
De fato, os conflitos armados têm sido mais frequentes no período recente — entre 2014 e 2025 — do que foram no período anterior — 1989 a 2013. A “Guerra dos 12 dias”, como tem sido denominado o conjunto de eventos e ataques entre Israel, Estados Unidos e Irã, corrobora ainda mais esta tendência.
Para o mundo dos negócios, compreender como a geopolítica e a geoeconomia podem impactar a estratégia, as operações e o resultado financeiro é essencial para manter a resiliência e continuidade dos negócios. No caso da Guerra dos 12 Dias — que, apesar do cessar-fogo, ainda pode apresentar novas hostilidades —, os principais riscos e impactos são:
- Risco: fechamento do estreito de Ormuz e/ou deterioração da estrutura petrolífera iraniana.
- Impacto: projeções feitas pelo mercado consideram que este risco poderia elevar os preços do petróleo para acima de U$ 100.
- Impacto: reforço da tendência inflacionária já latente na economia mundial devido ao choque tarifário, além de consequente reforço da tendência de desaceleração da economia mundial.
- Risco: intensificação dos gastos mundiais em segurança e defesa.
- Impacto: aumento ainda maior das tensões geopolíticas.
- Impacto: diminuição de investimento público para outras áreas, como seguridade, inovação, educação, infraestrutura, entre outras.
- Indicador-Chave de Risco (KRI): A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aprovou o aumento dos gastos em segurança e defesa para 5% do PIB.
- Risco: propagação de radiação nuclear.
- Impacto: perda de vidas humanas e de ecossistemas ambientais.
- Risco: intensificação da desordem global.
- Impacto: aumento da dificuldade em obter consenso internacional sobre pautas civilizatórias, como as metas relacionadas às Conferências das Partes (COPs).
- Impacto: reforço da tendência de nearshoring (prática de transferir operações para países geograficamente próximos do mercado consumidor final) e friendlyshoring (deslocamento de cadeias produtivas para países politicamente aliados ou com relações comerciais confiáveis), afetando as cadeias globais de valor.
- Risco: aumento de ataques cibernéticos como tática de guerra.
- Impacto: interrupção de serviços, roubo de informações e dados sensíveis, entre outros.